A inclusão da violência na agenda da saúde: trajetória histórica

1682 palavras 7 páginas
Neste artigo,buscarei apresentar o percurso de legitimação do tema "violências e acidentes" no âm-bito do pensamento e das práticas do setor saúde. Violência e acidentes,ao lado de enfermidades crôni-cas e degenerativas,configuram,na atualidade,um novo perfil do quadro dos problemas de saúde do Brasil e do mundo.Nesse novo perfil,ressalta-se o peso do estilo de vida,das condições sociais e ambientais e da maior longevidade na quali-dade de vida,exigindo novas abordagens com as quais o sistema de saúde geralmente não está acos-tumado.Desde as décadas de 60 e 70 do século pas-sado,houve um grande esforço teórico-metodológi-co e político para se compreender a saúde como uma questão ampliada,sobretudo,por causa da complexa transição epidemiológica1,2.No entanto, nunca um tema provocou e continua a provocar tantas resistências em relação a sua inclusão na pau-ta do setor como o da violência e acidentes.

Tratarei de dois aspectos:1) a dinâmica social e setorial de inclusão e paulatina legitimação do tema no âmbito internacional e nacional do cam-po da saúde;2) e uma descrição analítica de docu-mentos,planos de ação e iniciativas brasileiras,que demonstram a trajetória sinuosa,lenta,mas persis-tente de legitimação do problema no interior do pensamento e das práticas de saúde, oferecendo parâmetros,diretrizes e exemplos de possibilidades.

Dinâmica de inclusão do tema "violências e acidentes" na pauta do setor saúde

É bem verdade que em sua origem e suas mani-festações,a violência é um fenômeno sócio-históri-co e acompanha toda a experiência da humanidade. Portanto,ela não é,em si,uma questão de saúde pública.Transforma-se em problema para a área porque afeta a saúde individual e coletiva e exige, para sua prevenção e enfrentamento,formulação de políticas específicas e organização de práticas e de serviços peculiares ao setor.

Existem inegáveis evidências da importância dessa problemática para a área da saúde.A Organi-zação Mundial da Saúde (OMS),que,em 1993,

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