A imprensa – mudanças tecnológicas e influências ideológicas e políticas na revolução francesa
A imprensa – mudanças tecnológicas e influências ideológicas e políticas na Revolução Francesa
São Paulo
IRI/USP
2012
Introdução
É inegável, mesmo para o menos atento dos observadores, que a mídia seja um ator importante na sociedade atual. A imprensa livre é um dos requisitos fundamentais da democracia. Em uma sociedade deveras democrática, o debate de ideias é fundamental, e a imprensa livre tem o papel de promovê-lo.
Nas últimas décadas, o progresso tecnológico vem seguindo um ritmo de novidades nunca antes visto, e que cresce a cada ano. Essa transformação constante acabou por produzir a dinâmica da mídia atual, profundamente alicerceada na internet. Embora o sentido original de imprensa esteja intimamente relacionado com o que é impresso, podemos considerar que, nos dias de hoje, seu conceito possa ser ampliado para as publicações online e mesmo para os jornais e programas de televisão, afinal essas publicações ainda carregam a função da mídia impressa, a de informar e discutir informação. Uma característica da internet que talvez dificulte essa aproximação é a de que as pessoas que leem têm também o poder de escrever, construindo o que se diz, não apenas absorvendo informações. No entanto, essa voz ainda se restringe a um pequeno número de pessoas, sendo que a maioria é fortemente influenciada pelos jornais, revistas e outros meios de acesso “passivo” à informação. Os jornais televisivos têm um grande poder ao escolher quais notícias serão transmitidas ao público, e de que maneira. Como a esmagadora maioria das pessoas não têm possibilidade de ou disposição para verificar a veracidade dos fatos que lhe estão sendo apresentados (como, por exemplo, algo que aconteceu em outro país ou mesmo em outra cidade), a tendência é absorver passivamente a visão midiática. Podemos dizer, então, que a imprensa ainda é um ator poderoso na formação da opinião pública. Mas desde quando isso é verdade? Ao pensarmos em regimes