A imprensa esportiva elege os culpados para a derrota brasileira na Copa de 1950
Palavras-chave: Futebol, memória, rivalidade, Copa de 1950
Prof. Alvaro Eduardo Trigueiro Americano
Grupo de Pesquisa em Comunicação, Esporte e Cultura (NUPESCEC) da Faculdade de Comunicação Social - Universidade Federal de Juiz de Fora
1 – INTRODUÇÃO 16 de julho de 1950. Maracanã. Rio de Janeiro. 16 horas e 50 minutos. Quando o juiz inglês George Reader apitou para encerrar o final do último jogo da Copa do Mundo de 1950, entre Brasil e Uruguai, poucos sons eram ouvidos no estádio. Na verdade a torcida já estava calada desde os 21 minutos do segundo tempo, quando Schiaffino completou para o gol um cruzamento de Gighia. Aos 34, em uma jogada parecida, o mesmo Gighia invadira a área do Brasil mas, ao invés de novo cruzamento, bateu forte na bola, que passou entre a trave e o goleiro brasileiro Barbosa. Uruguai campeão mundial de futebol, repetindo o feito de 20 anos antes, na primeira Copa do Mundo.
Apesar da seleção uruguaia ser na época um bom time, que já tinha vencido o Brasil diversas vezes e vendido caro as derrotas, pouca gente acreditava em um resultado diferente da vitória brasileira – uma goleada era até esperada. O próprio presidente da FIFA à época, o francês Jules Rimet, contou em seu livro de memórias que se surpreendeu com o resultado do jogo.
Faltando alguns minutos para o fim do jogo (que estava 1 x 1), deixei meu lugar na tribuna de honra e, já preparando os microfones, desci até os vestiários, ensurdecido pelos gritos da multidão. (...) Eu seguia em direção ao campo e, na saída do túnel, um silêncio desolador havia tomado o lugar de todo aquele júbilo. Não havia guarda de honra, nem Hino Nacional, nem entrega solene. Eu me vi sozinho, no meio da multidão, empurrado para todos os lados, com a taça debaixo do braço. Acabei por encontrar o capitão uruguaio e, quase às escondidas, entreguei-lhe a Copa. (FIFA.com)
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