A importância do século XXI num panorama internacional
Adriana Nunes Ferreira2
Paulo Sérgio Fracalanza3
Resumo
Este artigo discute os fundamentos teóricos de duas políticas de emprego contemporâneas polarmente distintas: as políticas de flexibilização do mercado de trabalho, de um lado, e de redução da jornada de trabalho, de outro. Mostra-se que as medidas de flexibilização encontram justificativa nos modelos novo-keynesianos do mercado de trabalho, enquanto as políticas de redução da jornada de trabalho se inscrevem num quadro conceitual marxista. A seguir, argumenta-se que essas encerram diferenças irreconciliáveis no que diz respeito à crença nos mecanismos autoequilibradores do mercado e, conseqüentemente, ao papel do Estado na mitigação do desemprego.
Sugere-se, ademais, que são visões de mundo antagônicas quanto à natureza do sistema econômico.
Finalmente, conclui-se que as teorias que presumem não haver uma assimetria de poder constitutiva das relações entre agentes compradores e vendedores da força de trabalho nas economias capitalistas dão suporte lógico e retórico a políticas que acabam por reforçar essa assimetria de poder.
Palavras-chave: Desemprego; Mercado de trabalho – Flexibilização; Novos keynesianos; Marx,
Karl, 1818-1883; Jornada de trabalho – Redução.
Abstract
Visions of capitalism and rationale of two contemporary employment policies
This paper aims at discussing the theoretical basis of two contemporary and deeply distinct employment policies: the enhancement of market labor flexibility and the reduction of labor working time. While the first find support in New Keynesian models of the labor market, the second is based on a Marxian approach. It is argued that those theoretical framework are built on antagonist visions on the self-equilibrating mechanism of the market and, consequently, on the role of the State in dealing with unemployment. The paper concludes that theories that presume the