A importância do perdão
Uma psiquiatra suíça chamada Elisabeth Kübler-Ross, analisando pacientes terminais em hospitais e pessoas traumatizadas por perdas de entes queridos ou situações dramáticas, criou um modelo expondo como as pessoas reagem psiquicamente a ofensas, tragédias e lutos. As suas observações se popularizaram como “os cinco estágios do luto”.
Primeiro, em uma atitude de autodefesa, as pessoas tendem a negar o que está acontecendo, ou por sua soberba ou pela própria dificuldade da situação, como se “o que vem de baixo não as atingisse”.
Depois, passa-se pela fase da ira. A pessoa atingida procura um bode expiatório, alguém sobre quem possa descarregar a sua raiva. Esse culpado pode ser real – como sinal de uma noção de justiça –, mas também pode ser uma ficção, uma alucinação que inventa um falso algoz. Importa dizer que a raiva foi criada por Deus, mas deve ser direcionada aos objetos corretos. Como indica o Apóstolo, “a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados, as potestades, os dominadores deste mundo tenebroso, os espíritos malignos espalhados pelo espaço” [2]. Santo Tomás explica que “os pecadores não deixam de ser homens, pois o pecado não lhes destrói a natureza”. E remata:
“Nos pecadores, pode-se considerar duas coisas: a natureza e a culpa. Pela natureza que receberam de Deus, eles são capazes da bem-aventurança, sobre cuja comunhão se funda a caridade, como já foi dito. Por isso, segundo a natureza, devem ser amados pela caridade. Mas, a sua culpa é contrária a