A importância do modernismo
Por mais complicado que seja definir o que é arte - e talvez não haja uma resposta, pelo menos não única e fechada - é indiscutível que ela influencia e é influenciada por seu tempo e seu ambiente.
O Brasil, na sua condição de país ainda estigmatizado pelo séculos de colonialismo, sempre refletiu, de alguma forma, a produção cultural da Europa, sendo uma prática nacional a importação das novidades do velho continente, o que criava nos brasileiros o sentimento de "suspirar pela Europa" do qual Carlos Drummond de Andrade fala em seu poema "Explicação".
É esse sentimento que começa a ser questionado, muito antes, no projeto do Romantismo brasileiro, em que, pela primeira vez, se falava da importância de encontrar a "identidade nacional", o que se fazia pela elogio ao índio, como um herói, um símbolo do país, e á natureza brasileira. Porém, mesmo os românticos se prendiam aos moldes europeus, principalmente os franceses, ficando ainda mal desenhada a constituição dessa identidade.
É no século XX, ainda que impulsionado pela vanguardas europeias, que o Modernismo surge com seu proposta de recuperar o ser brasileiro autêntico e expô-lo em todos os seus contornos. É assim, com sua primeira maior expressão - a Semana da Arte Moderna de 1922 - que o grupo de artistas e intelectuais encabeçado por Mário de Andrade escancara à sociedade o caráter mosaico da cultura nacional.
Brincando com a forma e o conteúdo, os modernistas inovam a maneira de pensar o Brasil, a sociedade e suas convenções, e o fazer artístico no país, dissolvendo fronteiras entre belo e feio, dor e alegria, luz e sombra. Ao investir numa nova maneira de operar a língua e a linguagem - promovendo a diversidade do falar popular, comumente marginalizado, à posição de prestígio da literatura - o movimento modernista abriu espaço para a reflexão do que é o brasileiro, questão difícil de ser respondida quando se analisa o contexto em