A importância das teorias ética na prática da saúde
Maria Bettina Camargo Bub
Enfermeira. Doutora. Professora do Departamento e Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina. Membro do Grupo de Pesquisa em Filosofia e Ética.
INTRODUÇÃO
“Minha proposta é oferecer fundamentos para a reflexão sobre a forma como temos agido e como temos sido enquanto profissionais de saúde, independente do tipo de prática exercida - assistência, pesquisa, educação” p.65
“o estudo dos conflitos entre aquilo que podemos considerar como moralmente justificável e aquilo que não pode ser assim considerado”p.65 “É nessa prática que, cotidianamente, nos é imposto decidir como devemos viver nossa vida, em relação a nós mesmos e em relação aos outros; e, como devemos ser enquanto profissionais de saúde” p.65
UM CONCEITO MÍNIMO DE MORALIDADE E A CONSTITUIÇÃO DO AGENTE MORAL
“A ética é uma tentativa de compreender sistematicamente a natureza da moralidade e o que ela exige de nós. A moralidade é, antes de tudo, uma questão de consulta à razão” p.65
Portanto, não é tão simples compreender o que significa viver moralmente. Por este motivo, existem várias teorias fornecendo-nos fundamentos para encontrar as melhores razões para tomar uma ou outra atitude. De qualquer maneira, mesmo levando em consideração que referências filosóficas e teóricas nos ajudam a pensar criticamente, é sempre bom ter em mente que a aplicação rotineira de métodos nunca é um substituto satisfatório para a inteligência crítica. Neste sentido, o conceito mínimo de moralidade proposto no livro The Elements of Moral Philosophy é uma dessas referências1 p.65
A partir do conceito de moralidade, podemos então questionar: quando sabemos que estamos diante de um dilema moral?1 Um dilema moral ocorre de duas maneiras.2 Na primeira, diante de um fato, algumas evidências indicam que uma atitude é moralmente aceitável, enquanto outras indicam que tal atitude é inaceitável. Porém,