A importância da promoção da resiliência na (re) construção dos indivíduos portadores de necessidades especiais e de suas famílias
Juliana Pupo
I – Introdução:
As pessoas passam por situações adversas durante sua existência e, as que conseguem se recuperar garantindo um desenvolvimento saudável, são consideradas resilientes. Tavares (2001) afirma que o desenvolvimento de capacidades de resiliência nos sujeitos passa pela mobilização e ativação das suas capacidades de ser, estar, ter, poder e querer, ou seja, pela sua habilidade de auto-regulação e auto-estima. “Ajudar as pessoas a descobrir as suas capacidades, aceitá-las e confirmá-las positiva e incondicionalmente é, em boa medida, a maneira de torná-las mais confiantes e resilientes para enfrentar a vida do dia-a-dia por mais adversa e difícil que se apresente” (p.52). Partindo desta idéia, podemos pensar que o indivíduo resiliente admite a possibilidade de ser atingido e de sofrer com um evento estressante, mas possui a capacidade de sofrer a tensão e de suportá-la. Assim, desenvolve formas de lidar com o stress da situação (Timm, 2008). Para um indivíduo portador de deficiência, muitas vezes, as situações do cotidiano trazem alto grau de exigência para a realização de grande parte das atividades. Buscaglia (2006, p. 20) afirma que a deficiência não é algo desejável, sendo que esta pode trazer sofrimento não só no indivíduo que nasceu ou a adquiriu, mas também em toda sua família. Apesar da adversidade provocada pela deficiência na vida destas pessoas, é importante que se conheça os mecanismos que conduzem aos processos adaptativos, pois a resiliência pode ser promovida. De acordo com Melillo & Ojeda (2005, p. 112), não devemos nos esquecer que, para se promover uma atitude resiliente, “... trabalha-se com o que se tem, não com o que falta”. Considerando as potencialidades do indivíduo, seu tratamento baseado em uma atitude empática e de aceitação positiva incondicional pode