"A importância da filosofia na formação do cidadão"
A filosofia surge com a descoberta de que o conhecimento do mundo e dos seres humanos não se constitui de uma natureza esotérica, misteriosa, que só seria apreendido pela revelação através de uma linguagem alegórica e figurativa, elaborada por alguns escolhidos, possuidores de dons especiais, mas que, ao contrário, constitui uma realidade que pode ser apreendida por todos, através da faculdade ou do pensamento e que, além do conhecimento ser acessível a todos, também pode, pelo mesmo motivo, ser ensinado a todos.
A filosofia, segundo Castoriadis (1999) é uma forma de conhecer o que ainda está por ser conhecido, para tanto desenvolve a atitude de discutir, refletir e questionar a realidade natural e humana em suas diversas dimensões sempre buscando um sentido de ser para a existência das coisas e de si mesmo no mundo. Tais dimensões abrangem a existência, a política, o social, o educativo, etc. Nesse contexto, a ação da filosofia surge no campo educativo buscando construir uma reflexão questionadora acerca da possibilidade e do ideal das práticas educativas. Não se importando como, com quem ou em que meio, nem quem se educa, mas “o quê” e o “para quê” da educação, conforme conclui Fullat (1995).
Desta forma, o pensar filosófico da educação é um saber crítico, reflexivo e questionador, preocupado com a necessidade e a finalidade da educação, assim como, uma reflexão radical, rigorosa e de conjunto que se faz a partir dos problemas propostos pelo existir humano, em sua condição de pessoa e de ser social, o que torna inevitável a imbricação da filosofia com a educação, até mesmo para que o educar humano não se caracterize como mecânico, um ato dogmático ou adestramento