A importância da arquitetura e do urbanismo
Podemos definir a importância da arquitetura e do urbanismo de diversas formas. Mas talvez a mais apropriada, clara, digna e justa que podemos encontrar foi o grande Le Corbusier que declarou:
““… debrucei-me muito particularmente sobre o problema habitação-urbanismo, binômio indissociável. Explorei-o segundo uma regra aprendida fora das escolas: de dentro para fora, regra que me parece lei da natureza, e também da arquitetura.
Ilustremos:
O homem (esse homem que está sempre diante de mim, com suas dimensões, seus sentidos e sua afetividade) está sentado à sua mesa; seus olhos pousam sobre os objetos que o cercam: móveis, cortinas, quadros, fotografias e inúmeros objetos aos quais ele atribui significado. Uma lâmpada o ilumina ou o sol que penetra pela janela, separando a sombra da luz, opondo esses dois extremos pesados de reação sobre nosso físico e nosso psíquico: o claro e o escuro. As paredes de um quarto fecham-se ao seu redor e ao redor de seus pertences ali dispostos. Nosso homem se levanta, caminha, deixa o quarto, passa para outro lugar, qualquer lugar. Ei-lo abrindo a porta, saindo de casa. Ainda está numa casa: um corredor, escadas, um elevador… Ei-lo na rua. Como é feito esse lado de fora? Hostil ou acolhedor? Seguro ou perigoso? O homem está nas ruas da cidade e ei-lo, depois de certos atos sucessivos, fora da cidade, no campo.
Nem por um segundo a arquitetura o deixou: móveis, quarto, luz solar ou artificial, respiração e temperatura, disposição e serviços de sua moradia; a casa; a rua; o sítio urbano; a cidade; a palpitação da cidade; o campo, seus caminhos, suas pontes, suas casas, o verde e o céu, a natureza.
Arquitetura e urbanismo agem efetivamente sobre todos os seus gestos. Arquitetura em tudo: sua cadeira e sua mesa, suas paredes e seus quartos, a escada ou o elevador, a rua, a cidade. Encantamento ou banalidade, ou tédio. E até o horror é possível nessas coisas. Beleza ou feiura.