A importancia das artes na infancia
No ensino da arte, há de se considerar duas abordagens: a espontaneísta ou inatista e a pragmática ou empirista. Na inatista, considera-se que a criança tem capacidade inata para produzir a arte, sendo menos valiosas as interações com o meio. Nessa visão, o processo é importante e o produto realizado é um resultado que não é questionado. Por outro lado, na abordagem pragmática as intervenções pedagógicas visam domar o caos com exercícios de contenção, ensinando conceitos, priorizando o produto e não o processo expressivo que conduziu a criança àquele resultado. Ambas as abordagens convivem nas práticas cotidianas da Educação Infantil e é crucial que o professor saiba e valorize a mediação criança-meio, sabendo que a criança tem um potencial, mas precisa da mediação com o meio para que possa construir e reconstruir seus conhecimentos a partir de trocas significativas com outros saberes, com seus pares e com os adultos.
O processo expressivo das crianças evolui de acordo com o seu desenvolvimento. Além da fase em que se encontram, há que se considerar o contato com as linguagens, os materiais e as intervenções dos adultos e de outras crianças no desenvolvimento do processo criativo e artístico infantil.
O professor tem papel fundamental nesse processo, pois ele deve planejar situações tendo como norte a pergunta: “que conhecimentos, em arte, quero oportunizar a este grupo?”. As situações vão desde a exploração dos sentidos e da curiosidade dos bebês até as representações mais elaboradas das crianças maiores.
Importante considerar que as crianças, muitas vezes, se expressam artisticamente sem intenção prévia, por isso, uma pergunta do tipo “o que é isso?” para elas, pode fazê-las responder apenas para suprir a expectativa do adulto.
Na educação infantil, desvelar as imagens da criança antecede à ação do registro, por isso o papel dos professores não é apenas fornecer folhas e lápis de cor e deixar que elas se expressem, mas sim