A importacia dos movimentos sociais na construção da cidadania.
Tradicionalmente, os movimentos sociais se alinharam no que se pode chamar de dois paradigmas: o paradigma norte-americano e o paradigma europeu. Apesar destas diferentes teorias, o paradigma norte-americano procurou centrar suas explicações nas estruturas das organizações dos sistemas sociopolítico e econômico, tendo como categoria de análise os sistemas, organizações e a ação coletiva.
Aqui as categorias de análise se centram nas discussões sobre cultura, identidade coletiva, interação política, redes sociais e conceitos afins. A utilização de critério geográfico-espacial na subdivisão dos paradigmas serve mais como um recurso de localização das diferentes correntes dos movimentos sociais, a fim de situá-los diferencialmente, pois, de acordo com a afirmação de Gohn, “não há um conceito sobre movimentos sociais, mas vários, conforme o paradigma utilizado.” (GOHN, 1997:13).
Apesar do surgimento destas categorias de análise, a criação de um paradigma latino-americano encontrou, e ainda encontra dificuldades, devido ao fato de não conseguirem adequar os paradigmas existentes à nossa realidade social.
No Brasil, muitas conquistas sociais da nova Constituição foram obtidas graças à pressão e apoio dos movimentos sociais. Seja na prestação de serviços ou consultorias, seja no controle do uso dos recursos públicos e políticas, os movimentos sociais vêm reforçando sua relação com o poder político, passando a atuar para a descentralização do poder e para uma crescente participação da sociedade civil. Marshall coloca-se como desafio refletir sobre as condições de igualdade civil e política em contextos marcados por desigualdade sócio-econômica estrutural – caso das sociedades capitalistas modernas.
Vale dizer, Marshall lida com o conceito de cidadania a partir de três dimensões: civil, política e social. Os direitos civis dizem respeito à liberdade individual, os direitos políticos dizem respeito à