A Implementação do Regime de Metas para a Inflação no Brasil
Metas para a Inflação no Brasil
Joel Bogdanski
Alexandre Antonio Tombini
Sérgio Ribeiro da Costa Werlang
Resumo
O Brasil adotou uma política monetária baseada em metas para a inflação em meados de 1999, menos de seis meses depois de passar para o sistema de câmbio flutuante. Este artigo apresenta o background macroeconômico que levou a essa mudança no regime de política monetária e descreve os mecanismos institucionais e as estruturas operacionais gerais que foram adotadas. O trabalho discute, também, a modelagem básica que auxiliou no processo de tomada de decisão na fase inicial de implantação das metas para a inflação no Brasil. Descreve-se a família de modelos macroeconômicos compactos que foi utilizada para informar e organizar as discussões sobre política monetária no âmbito do Banco Central. Esses modelos contêm um pequeno número de equações e de variáveis, mas possuem um conteúdo teórico considerável e proporcionam uma representação estilizada do mecanismo de transmissão da política monetária. São de fácil compreensão e, por isso, especialmente adequados para fazer simulações de uma vasta gama de tópicos. O artigo conclui apontando as principais lições que podem ser extraídas da experiência inicial do Brasil com metas para a inflação.
A Implementação do Regime de
Metas para a Inflação no Brasil ◊
1. Introdução
O Brasil adotou recentemente um novo regime de política monetária. Após a passagem para o sistema de câmbio flutuante, o governo definiu metas para a inflação dos próximos anos e atribuiu ao Banco Central a responsabilidade de conduzir a política monetária com independência operacional, de modo a atingi-las.
O regime de metas para a inflação exige que as autoridades monetárias assumam uma postura prospectiva e adotem medidas antecipatórias, dada a existência de defasagens temporais entre as decisões de política e seus efeitos sobre o produto e os preços. Nas palavras de Alan