A imitação em aristóteles
ISSN 1982-5323
Lemos, Carlos de Almeida
A imitação em Aristóteles
A IMITAÇÃO EM ARISTÓTELES
Carlos de Almeida Lemos
Pesquisador Associado do Laboratório OUSIA
Universidade Federal do Rio de Janeiro
RESUMO: Em oposição ao seu mestre Platão, Aristóteles vê a imitação (mímesis) de modo positivo.
Para ele, trata-se de um processo que é compartilhado tanto pela natureza, como pela arte; é dessa forma que interpretamos a famosa afirmação de que “a arte imita a natureza”. Assim, em lugar de associar a imitação ao falso e enganoso, a imitação da natureza por parte da arte não é um retratar, realizar uma simples cópia do real, mas um fazer como, produzir à maneira de (imitar um processo).
Imitação como produção. A distinção estaria no caso de que a natureza teria um princípio interno, enquanto a arte um princípio externo e acidental. Através de uma significativa parte de sua obra
Aristóteles contemplou a mimese, particularmente na Poética, analisando nela aspectos diversos, chegando a refletir sobre a possibilidade de a imitação não só reproduzir coisas que são produzidas na natureza, mas também permitir ao homem se ajudar e completar para si aquilo que a natureza não lhe proporciona. PALAVRAS-CHAVE: imitação, mimese, produção, falso, arte, natureza.
ABSTRACT: In contrast to his master Plato, Aristotle sees imitation (µῖµησις) positively. For him, this is a process that is shared both by nature and by art; that is how we interpret the famous statement that
"art imitates nature." Thus, instead of involving the imitation with false and misleading, the imitation of nature by art is not to make a picture, a simple copy of reality, but to do like, to produce in the manner of (to imitate a process). Imitation as production. The distinction would be in the case that nature would have an internal principle, as well as art an external and accidental principle. Through a significant part of his work