A ideologia alemã de Marx
Publicado em segunda-feira, março 30, 2009 por Maná
Em primeiro lugar, este resumo se refere apenas à primeira parte do livro A ideologia alemã, cujo título é Feuerbach. A ideologia alemã é uma polêmica dirigida aos neo-hegelianos, analisando e satirizando as suas idéias de reforma moral da humanidade.
A estes devaneios de uma pequena-burguesia sonhadora, Marx e Engels opõem a pesquisa de método histórico e crítico, fundamentada sobre as relações sociais, noestudo da vida prática em sociedade. O estilo satírico se mistura a uma refinada argumentação histórica a filosófica, e na defesa de um projeto de emancipação real da humanidade. O idealismo filosófico alemão reduz o mundo à sua representação intelectual (idealismo objetivo) nos sistemas ideológicos como a religião, o Direito, a ciência… Reduz toda a evolução histórica a estes ideais, que são considerados pelos idealistas não apenas como independentes dos fatores e agentes da realidade social, mas como efetivos criadores desta última. Acrescentam a este historicismo idealista um tempero místico e hermético, fazendo com que ele adquira um sabor transcendente. A escravização da vida pelos ideais transcendentes é um axioma deste idealismo, seja na sua versão cristã, panteísta ou atéia.
Em radical oposição a este pensamento, Marx e Engels defendem a pesquisa da históriamaterial dos homens, suas relações entre si e suas relações com o meio natural, para, então, desvendar as formas de ideologias, pois é da vida material que surge as ilusões ou verdades do espírito. As relações a serem investigadas são o Verkehr (intercâmbio) entre as pessoas, o que manifesta uma diferença radical com as concepções organicistas da sociedade. Propõem o estudo das relações empíricas entre os indivíduos, entre os países, classes, regiões, etc. em unidade com a interpretação conceitual destas relações empíricas. O fundamental, nestas investigações, é o processo de desenvolvimento da sociedade.
Marx