A identidade feminina de Maria Moura
O presente trabalho tem como objetivo analisar o papel feminino, dentro da obra de Raquel de Queiroz, destacando a transformação da mulher brasileira, principalmente a identidade da mulher sertaneja representada no livro Memorial de Maria Moura. O livro Memorial de Maria Moura de (1992),da escritora cearense Rachel de Queiroz, retrata uma visão patriarcal e parametros vividos na época, os quais foram repensados pela personagem Maria Moura, que ultrapassou a barreira criada pela sociedade, para a mulher da época. Para um melhor estudo da identidade feminina na obra abordada é necessário ter conhecimento da situação das mulheres no tempo em que se passa o enredo. A obra foi ambientada no sertão nordestino de século XIX, onde as mulheres viviam na situação de submissao, sendo vinculada somente ao lar e suas tarefas rotineiras, muito diferente dos homens que usufruiam de liberdade tanto no trabalho como no laser. A protagonista da obra, Maria Moura, desfaz a submissao feminina ao mostrar-se como uma guerreira, forte, com grande espirito de liberdade e infringe os valores da sociedade daquela época. A personagem demonstra características de uma líder com carater extremamente forte, e que podemos analisar com um trecho da obra onde ela fala: “Mulher pra homem como ele, só serve pra dar faniquito. Pois, comigo eles vão ver. E se eu sinto que perco a parada, vou-me embora com os meus homens, mas me retiro atirando. E deixo um estrago feio atrás de mim.” (QUEIROZ, 2004. p.46).
O papel feminino na sociedade A sociedade viveu por muito tempo reprimindo as mulheres, por considerarem que fossem inferiores e incapazes de sobreviver sem a presença masculina. Levando-as a viverem de forma submissa e aceitando passivamente o machismo da época, o que durou muitos anos até as elas perceberem sua força e sabedoria. A mulher para ser considerada "direita", devia seguir a risca os principios da sociedade, que