A hora do jogo diagnóstica
Na hora do jogo diagnóstica a criança utiliza o brinquedo como mediador na representação do que vivencia, diferenciando-se da entrevista diagnóstica livre do adulto, em que a verbalização é mediadora da fantasia. Enquanto nesta há a influência do processo secundário com localização temporal, naquela há a prevalência dos processos primários, através de princípios de condensação, atemporalidade e deslocamento atuados no brincar.
Com o transcorrer de cada hora do jogo diagnóstica, psicólogo e paciente estabelecem entre si um vínculo transferencial breve, importante para o conhecimento e compreensão da criança. O psicólogo posiciona-se tanto passivamente, para observar, quanto ativamente, para perceber e formular hipóteses acerca da problemática do paciente, tendo como função principal observar, compreender e cooperar com a criança.
Ocampo (1999) apresenta alguns indicadores para a análise do processo psicodiagnóstico da hora do jogo, quais sejam: a escolha de brinquedos e brincadeiras; modalidades de brincadeiras; personificação; motricidade; criatividade; capacidade simbólica; tolerância a frustração; e adequação à realidade. Na escolha por determinados brinquedos, a abordagem pode ser de observação à distância, dependente, evitativa, dubitativa, de irrupção brusca sobre os materiais, de irrupção caótica e impulsiva, e de aproximação. Quanto à escolha de brincadeiras, é necessário observar se tem início, desenvolvimento e fim, se é uma unidade coerente e se os jogos