A História e a Atualidade das Representações Sociais
A sociedade contemporânea está mergulhada em preconceitos, crendices e superstições. Mesmo com o avanço científico é comum pessoas buscarem respostas para os muitos fenômenos em explicações ligadas a crenças religiosas e ao senso comum. Não falamos apenas em pessoas menos favorecidas, mas de todas as classes sociais e diferentes formações, podendo-se incluir governos, empresas e organizações. Deparar-se com situações onde o Home Sapiens abandona a sua razão e lógica para dar vazão as suas crenças pessoais fornecem uma excelente oportunidade para verificar como as pessoas pensam e o que elas pensam, tendo em vista que a não racionalização do homem influencia a vida em sociedade nos mais variados aspectos. As pessoas tem plena capacidade em raciocinar sobre as informações oferecidas pelo mundo externo, aplicando regras lógicas livres de contradição. Quando verificamos erros e falhas num determinado raciocínio supõe-se que os motivos para isso estão em questões ligadas a afetividade pessoal do individuo, somando-se as pressões externas exercidas pela sociedade, encorajando o sujeito a rende-se diante dos hábitos, sucumbindo aos enganos e a satisfação de uma necessidade imaginada.
Temos assim uma dualidade, primeiro afirma-se que o sujeito individualmente é capaz de produzir conhecimento verdadeiro enquanto fatores sociais podem provocar distorções nesse conhecimento verdadeiro sobre o mundo. Os processos que conduzem ao conhecimento são pensados dentro do indivíduo, seja qual for sua cultura e independente desta, enquanto que pessoas reunidas em grupo sofrem mudanças em suas qualidades psíquicas.
Porém, o objetivo principal do texto não se concentra em falar dessa dualidade entre pensamento individual e social, mas também em entender porque a sociedade cria crenças e idéias e como essas são transmitidas de uma geração a outra?
A teoria das representações sociais ajuda a responder tais indagações,