A história política recente do Irã
O Irã é controlado por uma cúpula religiosa que direciona toda vida política do país.
Do ponto de vista histórico, o Irã é visto como uma nação fortemente influenciada pela expansão islâmica que marcou o período medieval. De fato, os valores religiosos deste país possuem um grau de penetração que se manifesta em diferentes esferas do cotidiano do povo iraniano. Contudo, a compreensão deste conturbado cenário político não deve somente limitar-se a simples crítica à hegemonia do pensamento islâmico no interior de sua cultura.
Nas primeiras décadas do século XX, o Irã despertou o interesse do mundo Ocidental por causa de suas valiosas reservas petrolíferas. Inicialmente, a interferência no Irã partiu do governo britânico, que tentava preservar seus interesses para com as reservas energéticas da nação islâmica. Contudo, no ano de 1951, a interferência político-econômica estrangeira sofreu um duro golpe quando o primeiro ministro Mohammad Mossadegh nacionalizou a exploração do petróleo em seu país.
Entretanto, dois anos mais tarde, com apoio logístico e militar norte-americano, Mohammad Reza Pahlevi consagrou um governo ditatorial comprometido com os interesses do bloco capitalista. Desfrutando de amplos poderes, esse estadista perseguiu os partidários do movimento nacionalista iraniano e estabeleceu a adoção de práticas, vestimentas e padrões de consumo ocidentais no país. Acuados, os nacionalistas promoveram a manutenção de sua orientação política no interior das mesquitas iranianas.
A fusão entre o discurso nacionalista e a defesa dos ideais religiosos passou a ganhar vigor sob a voz do aiatolá Ruhollah Khomeini. Dessa forma, a defesa da interferência política conservadora do clero iraniano se transformou em uma via de defesa dos interesses nacionais contra a intervenção estrangeira. Exilado no Iraque, Khomeini acabou obrigado a se retirar do país por exigência do ditador Saddam Hussein, então aliado dos