A história do teatro brasileiro - O grupo Oficina
História do Teatro Brasileiro Moderno
Um olhar sobre o Grupo Oficina; de 1960 a 1964.
Professora: Jana Eiras
Aluno: José Geraldo Demezio
Rio de Janeiro
Março / 2012
Falar de um grupo de teatro como o Oficina, de São Paulo, é uma tarefa difícil. Sua história pode ser profundamente comparada com a história política do Brasil e, mais ainda, ela pode servir de pano de fundo para relatar momentos de grande tensão que esse país passou quando da instalação, por exemplo, do golpe de 64. Mas a presente dissertação não pretende ir tão longe. Um de seus maiores objetivos é fazer refletir apenas um período de tempo dos mais críticos, que foi o que compreende os anos de 1960 a 1964; a ousadia desse grupo de aproveitar-se das artimanhas midiáticas a favor da construção do seu sucesso e tecer rápidas considerações sobre um de seus maiores representantes, José Celso Martinez Corrêa. Foi um período profundamente conturbado em que vários artistas sofreram na pele as consequências de suas escolhas ideológicas. Com o grupo Oficina não foi diferente. Muitas das vezes seus principais componentes precisaram se afastar do cenário cultural para poder apagar, mesmo que de forma temporária, suas imagens da mente dos perseguidores que não davam credibilidade a o que faziam. O grupo era composto, em sua maioria, por pessoas de classe média alta, que pouco, ou quase nada, entendiam a fundo das verdades nacionais. O próprio crítico teatral Sábato Magaldi quis frisar em um artigo publicado no Suplemento Literário do jornal O Estado de São Paulo do dia 29 de outubro de 1960:
Seja qual for o resultado artístico do espetáculo, deve-se abrir um enorme crédito de confiança ao grupo Oficina. A princípio, o conjunto não despertava a simpatia do meio teatral, pela sua aparência ligeiramente grá-fina. Mas era visível na inquietação algo desorientada de seus elementos, com matizes de filhinhos de papai e de existencialistas cristãos,