A História do Professor Interprete no brasil
O trabalho do intérprete em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é recente e a legitimidade da sua importância ainda está em processo de consolidação, uma vez que o reconhecimento da LIBRAS enquanto língua dos surdos ocorreu há apenas cinco anos. Com a sua oficialização, em abril de 2002 (BRASIL, 2002), houve um avanço na direção da inclusão dos surdos no ensino regular. Apesar disso, essa inclusão ainda não é satisfatória, já que as pessoas com necessidades especiais necessitam de uma série de condições que, na maioria das vezes, não têm sido propiciadas pela escola, dentre elas, a presença de um intérprete na sala de aula.
De início, convém comentar que a oficialização da LIBRAS ocasionou implicações de diversos aspectos: social – o surdo tem direito a intérpretes em contextos públicos; subjetivo - o surdo necessita de uma língua para se constituir enquanto sujeito; cognitivo - o surdo precisa de uma língua para pensar; terapêutico - a utilização da abordagem bilíngue no contexto clínico; e educacional – o surdo necessita que os conteúdos escolares sejam interpretados a partir da LIBRAS por um intérprete.
A história da constituição do intérprete de língua de sinais iniciou-se por meio de atividades voluntárias que foram valorizadas na medida em que os surdos passaram a desenvolver o exercício da cidadania e em paralelo com a proposta de educação bilíngue. No Brasil, o trabalho com intérpretes iniciou-se nos anos 1980, principalmente, em função de serviços religiosos e informais. Nesse contexto, a FENEIS passou a organizar encontros de intérpretes de LIBRAS.
As discussões sobre o intérprete enquanto profissional, são relativamente recentes. Conforme a autora, no Congresso da Federação Mundial de Surdos, realizado na Finlândia em 1987, houve a recomendação para que a formação de intérpretes de língua de sinais contasse com as mesmas exigências daquelas vinculadas aos intérpretes das línguas estrangeiras orais. Já em