A história do currículo
Hamilton, em 1992, publica um estudo muito rico sobre as origens das palavras classe e curriculum, no qual declara serem escassos os estudos que discutem o assunto. Mesmo assim localiza origens da palavra curriculum, que é o nosso tema de interesse, nos registros da Universidade de Leiden, em 1582, e na Universidade de Glasgow, em 1633, onde o termo aparece no certificado de graduação de um mestre.
Ainda, segundo ele, em 1643, em Leiden e Glasgow, curriculum parecia se referir ao curso de vários anos, feito por cada estudante. Para David Hamilton a adoção da palavra latina curriculum estaria ligada a propósitos e, até mesmo, opções religiosas, movimentos que ocorreram nessa época como o protestantismo e o calvinismo e, também, segundo suas pesquisas, o termo latino poderia ter emergido nas várias confluências dos movimentos sociais e ideológicos.
Portanto, parece que, já naquele tempo, a palavra curriculum estaria ligada à concepção de com-pletude, algo que deve ser seguido e concluído. Este sentido traz, implícitamente, uma noção de controle tanto para o ensino como para a aprendizagem.
“A palavra curriculum migrou da Inglaterra para os Estados Unidos por volta de 1940. É apenas a partir de aproximadamente 1945 que o conceito começa a se delinear, como produto da era indus- trial, quando se diversificam os saberes e as demandas de sabe- res emergentes. Ainda que a partir de 1920 já se tenham orien- tações sobre a problemática do currículo, é somente a partir da Segunda Guerra Mundial, que seu uso se efetiva.” (BERTICELLI, 2003, p.162)
Somente no século XX, a palavra curriculum sai da Inglaterra para os Estados Unidos e é empregada no sentido de curriculum vitae.
Vale acrescentar que, a palavra curriculum foi utilizada ao longo dos tempos com muitos sentidos diferenciados, que nada tem a ver com o sentido que lhe atribuímos hoje.