A história da riqueza do homem
Livro: A HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM
Autor: Leo Huberman
O investimento da riqueza na Idade Média
Hoje em dia, quem tem dinheiro não o deseja guardar, mas sim movimentá-lo, buscando um meio lucrativo de investimento. O dinheiro pode ser aplicado em negócios, em ações de uma companhia siderúrgica; pode ser empregado na aquisição de apólices do governo, ou num sem-número de outras coisas, Hoje há mil e uma maneiras de se aplicar capital, na tentativa de obter mais capital.
No início da Idade Média, poucos tinham capital para aplicar, e os que o possuíam pouco emprego encontravam para ele. Todo o capital dos Igreja e dos nobres era inativo, estático, imóvel, improdutivo.
O Intercâmbio de mercadorias
Mas não se necessitava diariamente de dinheiro para adquirir coisas? Não, porque quase nada era comprado e praticamente toda a alimentação e o vestuário de que o povo precisava eram obtidos no feudo. Havia uma economia de consumo, em que cada aldeia feudal era praticamente auto-suficiente. Se alguém perguntar quanto pagamos por um casaco novo, a proporção é de 100 para 1 como você responderá em termos de dinheiro. Mas se essa mesma pergunta fosse feita no início do período feudal, a resposta provavelmente seria: “Eu mesmo o fiz”. O senhor do feudo, logo atraía à sua casa os servos que se mostravam bons artífices, a fim de fazer os objetos de que precisava.
Sem dúvida, havia um certo intercâmbio de mercadorias. Alguém podia não ter lã suficiente para fazer seu casaco, ou talvez não houvesse na família alguém com bastante tempo ou habilidade. Nesse caso, a resposta à pergunta sobre o casaco poderia ser: “Paguei cinco galões de vinha por ele.”
Mas com o comércio em tão baixo nível não havia razão para a produção de excedentes em grande escala. Só se fabrica ou cultiva além da necessidade de consumo quando há uma procura firme. Quando não há essa procura, não há incentivo à