A história da formação de professores no Brasil
Raul Sérgio Reis Rezende
Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão da prática.
Madalena Freire
A história da formação de professores no Brasil remonta-se a 15 de outubro de 1827, data em que a Lei conhecida como a “lei das escolas de primeiras letras” foi aprovada – cinco anos após a independência do Brasil. Esta Lei “estabelecia que a instrução seguiria o método do ensino mútuo (lancasteriano) e que os professores deveriam ser treinados nesse método nas capitais das respectivas províncias” (MOACYR, 1936, p. 189 apud SAVIANI, 2005, p. 1).
Esta formação aplicar-se-ia, incialmente, aos professores já atuantes, caracterizando-se assim, também, como formação em exercício da profissão, mesmo assumindo que estes professores não tivessem tido, anteriormente, o acesso a uma formação pedagógica formal. Esta situação começa a ser reconfigurada em 1835, ainda no Brasil Império, quando da criação da primeira Escola Normal para o preparo de professores para atuarem com crianças. (SAVIANI, 2005, p. 1; GATTI, 2010, p. 2). Mas a exigência da formação em nível superior de professores para a atuação na educação básica, somente foi decretada em 1999.
Contudo, a formação continuada para professores, assim assumida, tem história recente no Brasil e somente foi intensificada na década de 1980 “assumindo modelos diferenciados, desde cursos rápidos até programas mais extensos e em modalidades diversas” (FERREIRA, 2010, p. 7).
Entende-se que a formação do professor inicia-se ainda na escola básica, desde o seu ingresso como aluno, continuando durante o curso de licenciatura e tem continuidade ao longo de toda sua prática educacional. Além disso, Rinaldi (2006 apud PASSOS 2009, p. 33) afirma que o professor, muito antes de querer ser professor, já “adquire diferentes concepções e crenças sobre o que concebe ser