A história da Educação Fisica - a história que não se conta
Segundo Aurélio Buarque de Holanda, CARACTERIZAR significa "...descrever com propriedade, individualizar, assinalar ...". Mas, ainda segundo ele, pode significar também, "...pintar e trajar (o ator), para que pareça a personagem que representa em cena ..."Assim, com vistas a elaboração deste Estudo, passamos a considerar que para descrevermos com propriedade a Educação Física, teríamos que despi-la das vestes por ela até então trajadas (descaracterizá-la, portanto), pretendendo-se, com o gesto de desnudá-la, desvendarmos e passarmos a entender a personagem por ela representada no cenário educacional armado no palco social brasileiro. Assim, ao vermos nua, poderíamos resgatá-la em sua dimensão histórica, nela objetivando-se encontrar a sua identidade. Isto posto, passamos a admitir como verdadeira a premissa de ter sido de competência da Educação Física, ao longo de sua história, a representação de diversos papéis que, embora com significados próprios ao período em que foram vividos, corroboraram para definir-lhe uma considerável coerência na seqüência de sua atuação na peça encenada. Portanto, tendo sempre presente a preocupação de buscar saber a quais necessidades a Educação Física respondeu, no Brasil, em seus diferentes momentos históricos, nos propusemos resgatar em seu passado, a influência por ela sofrida das instituições militares e da categoria profissional dos médicos, desde o Brasil império; ainda a partir daquele período, e buscamos compreendê-lo em seu todo, interpretar a conotação dada pela Educação Física à questão do reforço por ela exercido à esteriotipação do comportamento masculino e feminino em nossa sociedade. Mais adiante, já na década de 30 deste nosso século, com o intuito de compreender em que medida, as mudanças havidas no reordenamento econômico-social sugeriam, através dos estímulos à Educação Física, a concretização de uma identidade moral e cívica brasileira, analisar seu envolvimento com os princípios de Segurança Nacional,