A história da economia brasileira compreendida 1950 a 1980
O tamanho da economia brasileira praticamente decuplicou em relação ao PIB. A sociedade agrária na qual dois terços da população viviam em áreas rurais, seis em cada dez estavam empregados no setor primário – que representava um quarto do PIB e 90% das exportações das quais 65% era referente a café – contrasta com a com a sociedade de população duas vezes e meia maior na qual um em cada dois brasileiros vivia em cidades com mais de vinte mil habitantes, um em cada quatro estava empregado na indústria – que representava 60% das exportações, contrariamente aos doze do cenário anterior – e na qual o setor terciário representava mais de 45% do PIB. Por outro lado, os indicadores sociais continuaram extremamente ruins. Enormes diferenças regionais se apresentavam, sendo os níveis de mortalidade infantil da região nordeste em 1980 piores que os níveis já encontrados na região sudeste em 1950. Embora a taxa de analfabetismo tenha sido reduzida de 52% para 25%, a evasão escolar impressionava até em relação países em desenvolvimento, pois a entrada no estudo secundário era nove vezes menos que na educação primária. Todas estas transformações foram dispostas em seis períodos econômicos.
No período de 1946 a 1950, de incertezas do pós-guerra, a política econômica brasileira foi fortemente influenciada pela balança de pagamentos. A dificuldade de acesso ao financiamento internacional, que se voltou para a reconstrução européia, reforçou a cautela em relação à taxa de câmbio. O câmbio fora fixado em níveis anteriores à Guerra o que reforçava sua sobrevalorização, o que valorizava a exportação do café. A política de racionamento de importações aplicada favoreceu fortemente a indústria nacional na medida em que priorizava a pauta tradicional e reduzia a prioridade do produzido internamente, gerando uma dupla proteção ao mercado nacional. Dificuldades políticas impediam aumentar a efetividade da política fiscal, assim, o