A história da arte
Muitas pessoas apreciam ver em quadros o que lhes agradaria na realidade. De fato, não tardaremos em descobrir que a beleza de um quadro não reside realmente na beleza do seu tema.
Ainda que essa intensa expressão de sentimento nos cative, não devemos, por isso, desprezar obras cuja expressão talvez seja fácil de entender.
Mas não é o esquematismo gráfico que aborrece principalmente as pessoas que gostam e quadros parecendo “reais”. Elas são ainda mais repelias por obras que consideram incorretamente desenhadas, sobretudo quando pertencem a um período mais moderno em que o artista “tem a obrigação de não cometer semelhantes desvios”.
Seja lá o que pensamos sobre artistas modernos, podemos seguramente ter certeza de que possuem suficientes conhecimentos para desenhar “corretamente”.
Existem duas coisas, portanto, que nos devemos perguntar sempre que encontrarmos falhas na exatidão de um quadro. Uma é se o artista não teria suas razões para mudar a aparência daquilo que viu. A outra é que nunca devemos condenar uma obra por estar incorretamente desenhada, a menos, que tenhamos a mais profunda convicção de que nós estamos certo e o pintor errado.
Por vezes, as crianças pensam que as estrelas devem ter formato estelar, embora naturalmente não tenham.
Não é fácil nos livrarmos dessas idéias pré-concebidas, mas os artistas que melhor conseguem fazê-lo produzem geralmente as obras mais excitantes. Eles é que nos ensinam a ver a natureza novas belezas de cuja existência não tinha suspeitado.
Penso que só podemos alimentar a esperança de compreender isso se nos apoiarmos em nossa experiência particular. É claro, não somos artistas, é possível nunca termos tentado pintar uma tela, nem talvez, tido a intenção de fazê-lo. Mas isso não significa, necessariamente, que não nos defrontemos com