A Historiografia entre o nacionalismo e a pós-modernidade
É consenso entre os historiadores de hoje que a história deve ser constantemente reescrita, pois, como nos ensinou Marc Bloch, o objeto de estudo da História são os homens e as diferentes sociedades humanas no tempo. Além disso, De acordo com José Carlos Reis, a história deve ser reescrita, seus temas sempre revisitados, seus interpretes sempre questionados, pois o próprio conhecimento histórico muda na sucessão temporal. A cada época, novos métodos, novos objetos, novos olhares, novas questões, novos campos, novas tipologias de fontes, novas experiências. Na concepção de Koselleck, a cada presente, a história atualiza a relação entre futuro/passado. Seria exatamente no entendimento desta complexa relação que se encontra a concepção de tempo histórico. Portanto, temas que podem não tomar muito sentido em outras épocas, abordagens que foram desconsideradas por outros historiadores, fontes que não eram visitadas anteriormente podem ser foco privilegiado da história hoje. Frente a estas questões podemos nos indagar: quais “histórias” estamos escrevendo nos dias atuais? O que é objeto do historiador atualmente? Como o interesse por certos temas do passado expressam nossa preocupação com o agora?Estas não são questões para as quais conseguimos respostas rápidas e satisfatórias, mas o fato é que nitidamente observamos a multiplicação dos campos da pesquisa histórica nos últimos anos bem como o reaquecimento de debates sobre temas específicos outrora menos privilegiados pela historiografia. O nacionalismo é uma destas temáticas que tem ocupado um bom número de páginas das revistas, teses e dissertações especializadas em história tanto no Brasil quanto em outras partes do mundo. Para Hobsbawn, “a partir da década de 1980 o debate acadêmico a respeito da natureza e da história das nações e do nacionalismo tem sido contínuo”. Quais seriam os motivos para esta preponderância dos estudos sobre o nacional? Para este