a historia de florence
O livro é simplesmente perfeito. É isso.
Eu podia terminar aqui e dizer: gente, por favor, lê. Mas vou contar um pouco mais a respeito pra quem ainda não ficou muito convencido.
Talvez você comece a ler o livro e pense: meu deus que coisa chata. Tudo bem foi assim comigo também, mas força! Acredita que vai dar certo. Se Lionel Shriver passa muito tempo detalhando a infância de Kevin, esmiuçando toda a indiferença que a pequena e linda criança sente pela mãe e todo o rancor e arrependimento que a mãe às vezes expressa pelo filho, pode ter certeza, isso é importante.
Para começar temos Eva, uma mãe que não ama seu filho. Ela tenta se justificar ao máximo, já que Kevin também não a ama. Kevin é mal educado. Kevin é um demônio. E por não conseguir estabelecer uma ligação afetiva com o filho, ela acaba se distanciando de Franklin, seu amado marido. Para agravar a situação depois de alguns anos, Eva fica grávida de novo, contra a vontade do marido, mas agora ela fará o possível para provar para si mesma que não é uma mãe tão horrível assim. Só que agora, quem não recebe bem a criança é Franklin, e Kevin, é claro.
Franklin é o contrário de Eva com Kevin, e Kevin é totalmente receptivo aos encantos do pai. Franklin protege e justifica todos os atos do filho, enquanto Eva vai ficando cada vez mais desesperada tentando alertar o marido. No meio disso tudo o leitor não sabe se culpa Eva ou Franklin pelo o que Kevin está se tornando.
O livro é escrito em forma de cartas que Eva envia para Franklin, logo você percebe que ela está relembrando a história, que eles não estão mais juntos e que alguma merda muito grande aconteceu (desculpe).
Lionel Shriver discute de forma muito real casos de jovens psicopatas que chocam a sociedade. Em base, o livro trata de um assunto polêmico, que ninguém gosta de discutir e que muitas pessoas se negam a acreditar: algumas