A herança imaterial
Os exorcismos de massa: o processo de 1692.
Giovan Battista Chiesa, pároco vigário de Santena, havia começado a sua atividade de exorcista e curandeiro, mas havia menos de um mês que a sua pregação se tinha intensificado e se tornado sistemática quando recebeu uma injunção escrita com canônico Giovan Battista Basso. O seu primeiro interrogatório ocorreu em 13 de Julho de 1697 e foi acompanhado por uma grande multidão, devido o alarde que o caso tinha provocado. As autoridades máximas da diocese de Turim estavam reunidas para examinar a maneira como Giovan Battista Chiesa executava os exorcismos e as liberações que eles proporcionavam, entregando um livro intitulado Manuale exorcistarum e um rascunho "no qual havia anotado as liberações das vítimas de obsessões e malefícios conseguidos até aquele momento".
Giovan Battista Chiesa não tinha razões teóricas a defender e ao ser interrogado, "que havia ido muito longe, que reconhecia minha ignorância e pedia perdão. O arcebispo e os outros prelados, diante do erro por ignorância, liberaram-no sem se quer sequestrarem um livro. Logicamente lhe foi proibido praticar exorcismos, entretanto, depois de três dias ele foi para Vinovo e retomou freneticamente as atividades, talvez porque estaria pressionado pela multidão que o seguia ou, quem sabe, na esperança de legitimar a sua vocação de taumaturgo perante as autoridades eclesiásticas, que se tinha mostrado tão indulgentes e incertas. Em 16 de Agosto Giovan Battista Chiesa foi novamente preso, mas de uma forma clandestina. Ele foi indagado a respeito de suas obras, mas também quanto à veracidade das curas, das técnicas utilizadas e do efeito delas eventualmente derivados.
Neste interrogatório foi descrito os procedimentos comumente utilizados por Chiesa, como no caso de uma moça solteira de vinte e oito anos, chamada de Anna Maria, de era aleijada de uma coxa e uma perna. Esses procedimentos adotados por Chiesa que iam desde: fazer sinais com um bastão