A HERANÇA DO MAIO DE 1968 PARA AS ORGANIZAÇÕES POLITICAS MARXISTAS
Unificou trabalhadores e estudantes, abriu um novo olhar (“é proibido proibir), e no Brasil desafiou a Ditadura Militar de forma decisiva, plantando as sementes das grandes lutas que eclodiram em 1978 e 79.
E se destacou como o maior episódio de luta do século XX, em uma luta geral de rua e chão de fábrica, sem direção burocrática, do povo e feita pelo povo em suas próprias organizações de base e autônomas.
O Maio de 68 também mostrou aos capitalistas que seus métodos de dominação estavam caducos; forçou-os a reestruturar as relações de trabalho (passando do taylorismo ao toyotismo, da gestão militarizada à “gestão participativa”; do capitalismo autoritário e carrancudo a um capitalismo “democrático” e liberal) e todo o aparato de governamentalidade. O que gerou também novas formas de dominação que são vendidas como pseudoliberdade, e impõe novos desafios estratégicos aos movimentos sociais da classe trabalhadora. Não vivemos uma passagem da velha dominação ao estilo de 1984, de George Orwell, para o Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley? Principalmente, temos a percepção não muito agradável de que as lutas sociais, se não tiverem êxito em contestar o capital, podem por este ser recuperadas e assimiladas, gerando novas estratégias de controle social e gestão capitalista. O que impõe novos desafios à classe trabalhadora, que tem de lutar em novos terrenos.
E sem dúvida não podemos questionar e esquecer as importantes conquistas que maio de 1968 deixou para gerações futuras, no âmbito de direitos e liberdades políticas e sociais, como as conquistas do movimento feminista, negro e gay. Conquistas também limitadas, uma vez que dentro das mulheres, negros, gays e minorias, persistem as divisões de classe