A guerra sun tzu
A guerra na época de Sun Tzu
Só poderemos apreciar a originalidade do pensamento de Sun Tzu se dispusermos de uma noção das diferenças qualitativas entre as artes de guerrear nos séculos IV e V e as de períodos anteriores. Até 500 a.C., a guerra era, de certo modo, ritual. Efetuavam-se campanhas sazonais, em conformidade com um código mais ou menos estabelecido. Estavam proibidas as hostilidades durante os meses das sementeiras e das colheitas, enquanto no inverno os camponeses semi-hibernavam nas suas cabanas de tijolos, sendo o frio demasiado para se poder combater. Também no verão era quente demais. Teoricamente, pelo menos, as guerras eram interrompidas durante os meses de nojo que se seguiam à morte de um senhor feudal. Em combate, não era correto bater em homens velhos ou aplicar qualquer golpe a quem já estivesse ferido. O governante de boa índole não "massacrava cidades", não "emboscava exércitos adversários", nem levava a guerra para além da estação própria, e nenhum príncipe que se prezasse se baixava a qualquer dissimulação ou aproveitaria qualquer oportunidade desleal.
Quando o rei Chuang, de Ch'u, cercava a capital de Sung, em 594 a.C., a certa altura os mantimentos começaram a escassear, tendo o seu ministro da Guerra observado: "Se os mantimentos nos acabam antes de subjugarmos a cidade, teremos de voltar para casa".
O rei mandou que Tzu-fan subisse a rampa encostada à muralha da cidade para apreciar os sitiados.
O príncipe de Sung enviou o seu ministro, Hua-Yuan, à muralha para o interceptar, tendo entre os dois ocorrido a seguinte troca de impressões:
Tzu-fan: "Como vão as coisas por aí?"
Hua-Yuan: "Estamos exaustos. Trocamos as crianças e comemo-las; partimo-lhes os ossos e os chupamos".
Tzu-fan: "Céus! Estão mesmo apertados! No entanto, tinham me dito que nas cidades cercadas era costume amordaçar os cavalos, quando lhes davam de comer, e enviar somente os ainda gordos ao encontro do