A Guerra do Contestado 1912-1916
Lindomar Mafioletti Junior1
No limiar do século XX, o mundo acompanhava um grande desenvolvimento tecnológico, com a expansão das telecomunicações devido à invenção do telefone, nos transportes com o automóvel, à construção de arranha-céus devido à melhoria da produção do aço, a eletricidade, a invenção do avião, são alguns aspectos que demonstram o elevado grau de desenvolvimento científico daquele período.
As nações com grande desenvolvimento industrial e comercial expandiram-se pelas áreas geográficas mais distantes do planeta e com uma grande velocidade, empreendedores buscavam áreas estratégicas de comércio e fornecimento de matérias-primas para indústria, bem como, buscavam mercado consumidor para seus produtos. Essa conjuntura política, econômica e militar marcou o início do século XX com a I Grande Guerra (1914-1918) em que se envolveram estas grandes nações devido ao choque de seus interesses.
Nesse contexto Santa Catarina entra com um fato histórico bastante peculiar à conjuntura da época, ou seja, o interesse privado na busca por domínio de territórios fornecedores de matéria-prima para indústria.
A Guerra do Contestado2 (1912-1916) envolveu Santa Catarina e o Paraná, devido à disputa de um espaço territorial por esses dois estados. Na região do Contestado reinava um clima de forte tensão social. É que para expandir suas lucrativas fazendas de gado e erva-mate, os grandes fazendeiros tomavam as terras dos índios e dos posseiros à força. A tensão aumentou ainda mais com a entrada de empresas norte-americanas na região.
Uma delas, a Brazil Railway Company, que tinha sido contratada pelo governo para construir um trecho da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande do Sul e, como parte do pagamento, recebeu uma faixa de 15 quilômetros de cada lado da ferrovia. Esta empresa criou em 1911, uma subsidiária, a
Lumber, que deveria colonizar a região com famílias estrangeiras. Mas o maior interesse da Lumber