A guerra de espanha
Passados 75 anos do início duma guerra que ensanguentou a Espanha durante três anos em consequência da sublevação de 18 de Julho de 1936, levada a cabo por generais fascistas contra a República e o Governo da Frente Popular, continua a suscitar profundo interesse analisar algumas causas e consequências desta guerra que marcou indelevelmente o posterior curso de Portugal, da Europa e do mundo.
Há 75 anos que os acontecimentos da guerra de Espanha têm sido palco de agudos confrontos ideológicos e de não poucas falsificações históricas.
Numa altura em que por toda a parte se branqueia o fascismo, que as forças reacionárias levantam cabeça, que se limitam liberdades democráticas, que o anticomunismo ganha foros de política de Estado, que, como há 75 anos, uma santa-aliança imperialista, acolitada pela social-democracia, reduz a pó elementares normas de direito internacional e arroga-se no direito de determinar os destinos dos povos, não hesitando em recorrer a ações criminosas para impor a sua vontade, torna-se um dever relembrar algumas questões sobre a guerra de Espanha.
Em Espanha travou-se a primeira grande batalha internacional entre as forças fascistas e antifascistas, entre as forças da paz e as forças da guerra.
Com a chegada de Hitler ao poder (Fevereiro/1933) as forças mais reacionárias à escala mundial ganharam novo alento. A luta por uma nova partilha do mundo, pela revisão dos resultados da I Guerra Mundial, entrou numa nova fase, no quadro de uma profunda crise do capitalismo e de uma nova realidade que era o facto de a contradição entre o socialismo e o capitalismo se ter tornado na contradição fundamental do desenvolvimento mundial.
O anticomunismo torna-se plataforma ideológica da ação da burguesia internacional como classe única, contra o movimento operário. A grande burguesia de todo o mundo via na Alemanha nazi a força capaz de resolver esta contradição e conseguir o que não tinha