a gestão
Ciência e Política em Ponto de Mutação1
José Renato de Oliveira∗ ao professor
Paulo Leite
“A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros na vida”
Vinícius de Moraes
O encontro de três pessoas promove uma grande discussão em torno da vida, das condições físicas da Terra e da ecologia, das relações entre os homens de todo planeta e da mediação do conhecimento na sociedade. Uma física norueguesa, que desistiu de sua missão ao saber que esta poderia ser usada no projeto Guerra na
Estrelas; um poeta que foge de Nova York, e da agitação da metrópole e do liberalismo selvagem ao entrar em crise e um político, candidato a presidência dos
Estados Unidos, encontram-se no castelo de Mont Saint Michel, numa pequena ilha do litoral francês. Apenas esses elementos compõem o filme Ponto de Mutação, baseado no livro The Turning Point, do físico austríaco Fritjof Capra.
Por mais simples que possa parecer o filme, em termos cinematográficos, como a fotografia ou mesmo a mudança de cenários, que são raros, esses elementos pouco importam. Acima de tudo, os diálogos grandes e bem seqüenciados são a máxima do filme. Tão rico em conteúdos, não bastariam poucas palavras para comentá-lo, porém resta aqui discutir o tema principal que trata a película: a necessidade de uma nova visão de mundo, diante de uma crise de percepção por qual passaria a humanidade.
Para a cientista Sonia Hoffmann (Liv Ullmann), o pensamento de René
Descartes, embora muito útil para a sociedade em que ele viveu, por se afastar do pensamento estritamente religioso medieval para explicar a natureza, muito atrapalha a sociedade atual. Descartes criou o pensamento mecanicista, tido como cartesiano, pelo seu nome em latim, cartesius. O pensamento cartesiano explicava a
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Mindwalk (PONTO DE MUTAÇÃO). Filme de Bernt Capra. Cannes Home Vídeo,
1990.
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José Renato Gomes de Oliveira é graduando em História pela Universidade