A geopolítica do petróleo: a importância do golfo da guine na geopolítica energética no século xxi
EDSON ANTÓNIO CARLOS DE CARVALHO
INTRODUÇÃO
Entender o papel do petróleo em meio aos conflitos armados contemporâneos, especialmente guerras civis, é de relevância fundamental para a área de Segurança Internacional. Para isso, ir além da relevância do petróleo para o comércio mundial, enquanto commodities, torna-se ímpar analisar as dimensões dessa relação petróleo/conflitos. Tanto no nível regional, onde se faz necessário averiguar o papel deste recurso no surgimento, desenvolvimento e manutenção de conflitos armados, como no nível global, especialmente sua função como um recurso militarmente estratégico para as grandes potências.
Assim, o presente trabalho de pesquisa teve por objectivo construir uma análise descritiva sobre o papel do petróleo como um dos recursos necessários, senão fundamentais, para o desenvolvimento dos países produtores bem como para o poder das grandes potências durante o século XX, a partir do qual se procura entender sua função no nascente século XXI e no reordenamento da balança de poder mundial. Para isso a regionalização desta análise é fundamental, especialmente para permitir que seja explorada de forma mais rigorosa a relação entre o petróleo e os conflitos, sejam estes novos ou já existentes. Neste contexto a África Subsaariana especialmente o Golfo da Guiné aparece como região privilegiada para esta análise, na medida em que é uma área onde nenhuma das grandes potências é hegemónica, e o petróleo adquire essas duas dimensões de disputas regionais: de propiciar a formação de novas disputas e ampliar conflitos já existentes.
Sob uma perspectiva regional, delimita-se na África Subsaariana dois complexos com dinâmicas de segurança ligadas ao petróleo, sendo o primeiro na zona do Atlântico Sul, mais precisamente do Golfo da Guiné. É a principal área de produção petrolífera, conflitos e militarização, onde as disputas por