A genética em transformação: crise e revisão do conceito de gene - Resenha
Desde sua introdução, no início do século XX, o conceito de gene tem desempenhado um papel central na biologia. Porém, no decorrer do seu desenvolvimento histórico, vem sendo objeto de controvérsia crescente, já que novas descobertas estão levando a uma dificuldade de preservar o chamado conceito molecular clássico, em que um gene é um segmento do DNA que codifica um produto funcional (polipeptídeo ou RNA).
Na primeira parte do texto, fala-se sobre os dois projetos recentes que reúnem importantes achados da bioquímica e biologia molecular: o Projeto Genoma Humano (PGH) e a Enciclopédia de Elementos de DNA (Encode). Para os pesquisadores envolvidos no PGH, o gene pode ser definido como uma unidade hereditária que possui estrutura, função e localização definidas. Já em relação ao Encode, os cientistas envolvidos nesse projeto, não ignoram a necessidade de uma revisão do conceito de gene, como também, de outros conceitos centrais da genética.
As próximas seções do artigo discutem os principais achados empíricos, como por exemplo, os genes interrompidos, a emenda (splicing) alternativa, o chamado DNA-lixo, a sequência TAR, os pseudogenes, a regulação pós-transcricional, os RNAi e RNAsi, entre outros, que levaram à crise do conceito de gene, principalmente nos eucariotos, por terem tornado evidente a sua diversidade estrutural.
Dessa maneira, pode-se perceber que o contexto complexo da atual genética, está em acelerada transformação, pois com a descoberta desses achados, a manutenção de visões anteriores, como por exemplo, a ideia de que os genes são unidades de estrutura e/ou função, se tornou difícil e acabou por desencadear uma diversidade de reações à crise do conceito molecular clássico.
Em seguida, já na última seção do texto, são apresentadas diferentes interpretações sobre a definição de