A Gente Ainda N o Sabia 62
Marina L. Dias
Turma: F62
A gente ainda não sabia que a Terra era redonda.
E pensava-se que nalgum lugar, muito longe,
Deveria haver num velho poste uma tabuleta qualquer
— uma tabuleta meio torta
E onde se lia, em letras rústicas: FIM DO MUNDO.
A gente ainda não sabia, eu também não sabia. Eu pensando que o mundo tinha fim... Decidi procurar o fim do mundo, arrumei minhas malas com meus objetos para a aventura. Seria muito longe o fim do mundo? Ou seria depois da minha esquina? Como seria o fim do mundo? Um penhasco? Nada? Simplesmente ar?
Meus colegas também curiosos para saber como era o fim do mundo, queriam ir comigo. Eu avisava: “ Não, isso pode ser perigoso”. Mas na verdade, por dentro eu temia coisas horríveis. No dia seguinte, deixei uma carta para meus pais que voltaria logo depois de encontrar o fim do mundo. Eu era apenas uma criança, tinha curiosidade em saber como eram as coisas.
Acordei bem cedo, o sol não havia nascido ainda. Peguei minha sacola com meus preparativos, coloquei um sanduíche reserva, para o caso de mais fome e juntei tudo e fui embora. Por onde começar? Por qual caminho pegar? Tentei primeiro a esquina de minha casa, nada. Enxergava até o fim da cidade. Arrisquei. Segui em frente.
Estava perdido, com fome, sujo, depois de cair numa poça de lama. Não sabia o que fazer! Desesperado corri para a primeira casa que vi. Não era muito grande, nem muito pequena. Tinha um aconchegante. Toquei a campainha, um homem de uns 50 anos atendeu a porta. Contei tudo que havia me acontecido, expliquei sobre meu sonho de encontrar o fim de mundo. Ele me explicou que não havia o fim do mundo, pois a terra era redonda.
O gentil homem perguntou se eu queria biscoitos ou um copo de leite, depois me levou pra casa, onde não tive outras ideia malucas. Sempre consultando meus pais para tudo.