A FUNDA O DAS VILAS DO VALE DO PARA BA FLUMINENSE PARTE I
AS VILAS DO VALE
A fundação de vilas no Vale do Paraíba Fluminense, provavelmente, obedeceu a uma estratégia importante para abrir novos cargos públicos que pudessem viabilizar as lideranças políticas de determinadas famílias da região, que viriam a dar apoio ao governo central. A criação de Paty do Alferes, em 1820, teria beneficiado as famílias Ribeiro Avellar e Werneck, pioneiros na ocupação da região desde o século XVIII, quando da fundação da sesmaria do Pau Grande1. A família Ribeiro Avellar procedia de Portugal, da aldeia de Boafúria, região de Extremedura, quando Francisco Gomes Ribeiro veio para o Brasil trabalhar no comércio de grosso trato (grande quantidade e valor) no Rio de Janeiro. Francisco recebera a sesmaria de Pau Grande, cortada pelo Caminho Novo, em 17352. No início do século XIX, Pau Grande, administrada por José Rodrigues da Cruz, sobrinho neto de Francisco, era grande produtora de açúcar. A família Werneck era oriunda de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo (atual Barbacena). Mais tarde, em 1833, Paty do Alferes foi assimilada pela fundação da vila de Vassouras, em franca prosperidade econômica com a produção do café. Este acontecimento teria ocorrido devido aos interesses de outras famílias que se tornaram também muito importantes na região durante o século XIX, a Teixeira Leite e a Correa e Castro. Para concretizar tal mudança, estas famílias contaram ainda com o apoio dos Ribeiro Avellar e dos Werneck que teriam querido esvaziar politicamente um rival político, Manoel Francisco Xavier3, proprietário da Roça do Alferes, onde se estabelecera, em 1816, a então freguesia da Nossa Senhora da Conceição da Roça do Alferes, que dera origem a Paty do Alferes. A fundação da vila de Vassouras teria beneficiado as famílias Teixeira Leite e Correa e Castro. A família Teixeira Leite era oriunda de São João Del Rey, e a Correa e Castro, de Mariana, ambas de Minas Gerais.