A fraude académica como objecto da ética
A palavra Ética é usada com os seguintes sentidos: ordem moral; fundamento das ideias morais; conduta moral efectiva.
A palavra Moral, que tem origem na palavra ‘mores’ do latim, significa usos e costumes, modo de ser adquirido pelo hábito (TEIXEIRA, 2010).
Enquanto a Moral trata de comportamentos particulares praticados no dia-a-dia, a Ética estuda esses actos e os princípios normativos desses comportamentos, devendo faze-lo de forma metódica, sistemática, objectiva e racional, ou seja, a Ética é a Ciência da Moral (DIAS, 2004:25) e a Moral o objecto de estudo da Ética.
Se considerarmos a fraude académica um comportamento moral, então os comportamentos fraudulentos também são objecto de estudo da Ética.
O ser humano quando age, reflecte sobre as suas acções tentando perceber se agiu correctamente, se foi justo, se foi prudente, em suma, se praticou o bem e não o mal. Se por um lado, a decisão do que fazer perante determinada situação é um problema moral, porque é prático e diz respeito a uma questão específica, já a definição do que é Bom é uma questão geral e teórica, logo um problema ético.
A Ética tenta distinguir o bem do mal, logo para definir o que é ético, deve primeiro definir o que é Bom. Será que a fraude académica é Boa? A questão é que a resposta ao que é Bom não é unânime, para uns será a felicidade ou o prazer, para outros o útil ou o poder (DIAS, 2004:37). A somar a isto temos a evolução ao longo do tempo, o que é Bom hoje não o foi ontem e poderá não o ser amanhã.
Nos estudos referidos por Olt (2002), 80% dos estudantes inquiridos indicam já ter recorrido à fraude e 50% deles não vê nada de errado na prática fraudulenta, poderemos então considerar que existe uma cultura de fraude nas universidades. Será que por ser tão praticada, poderemos considerar a fraude académica eticamente Boa?
Na verdade, a fraude retira ao processo de avaliação o princípio ético de justiça (GOMES, 2008:155), pois nem