: A FORMAÇÃO DOCENTE E O ENSINO SUPERIOR.
FELIPE BESERRA DO VALE
NATAL/2014
A formação de professores constitui uma questão central no contexto mais amplo da educação brasileira. Não sem razão, vem sendo objeto das atuais reformas educacionais e contemplada no âmbito dos debates acadêmicos e das entidades cientifica e profissionais, impondo um aprofundamento da reflexão acerca da natureza e dos objetivos dos cursos de formação desses profissionais. Segundo Freire: “Saber ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou sua construção”. (FREIRE, 2013, p.47) Todavia, historicamente os cursos de formação docente tem apresentado uma falta de êxito, reafirmando o estereotipo de que se trata de cursos fracos, diante disso, na formação de professores de Geografia em nível superior, destaca-se a importância da pesquisa para valorizar a formação e a profissão, assim como Paulo Freire já havia citado: “Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino”. (FREIRE, 2013, p.30) No Brasil, o sistema de formação do professor secundário remonta à década de 1930, quando houve forte expansão da escolaridade em todos os níveis, até hoje perdura o modelo clássico, conhecido como “modelo 3+1”, caracterizado por estrutura curricular em dois conjuntos, técnico-cientifico e didático-(psico) pedagógico. Durante anos a formação docente assumiu papel secundário no Brasil, e o professor dispunha de pouca autonomia sobre o que ensinar como ensinar e como avaliar o que se ensina e aprende, num processor de desvalorização do professor, indo contra a ideia de Paulo Freire que afirmava que: “Educação e qualidade são sempre uma questão política, fora de cuja reflexão, de cuja compreensão não nos é possível entender nem uma nem outra”. (FREIRE, 1993, p.43) Nas universidades publicas, bacharelado e licenciatura têm-se constituído, como cursos separados, com pouca ou nenhuma relação