A formação do sujeito moderno, a exaltação da subjetividade e suas consequências para as sociedades contemporâneas na visão de Gilles Lipovetsky
A reflexão tratada neste trabalho traz uma análise sobre o desenvolvimento do ser humano a partir do momento em que o mesmo se torna sujeito. O nascimento do sujeito é o ponto inicial dos tempos modernos, que com as reflexões cartesianas trazem a essência e formação de uma nova mentalidade para o ocidente.
Com o “Cogito” de Descartes e, conseqüentemente, com o rompimento da fase mítica, religiosa e o desencantamento do mundo, foi despertado na cultura ocidental uma confiança cega e ingênua nas capacidades racionais do conhecimento do sujeito. Neste momento, a filosofia passa a tratar a questão da subjetividade como fonte de busca da libertação e auto-realização. O sujeito passa ser capaz de dominar a natureza e aprender, sem a intervenção da autoridade, ele por si mesmo é o detentor do conhecimento.
Essa confiança ilimitada na razão perpassou a história e ganhou muitos críticos como Marx, Nietzsche e pensadores da escola de Frankfurt, que detectaram como essa razão foi mal utilizada para o controle das classes oprimidas com o intuito de dominar a sociedade.
Na era atual, a crítica continua. Agora, entram no campo das relações humanas grandes discussões sobre o indivíduo forjado pela modernidade que, com características do individualismo e do hedonismo, afasta-se das questões metafísicas e se apóia na lógica da eficiência e eficácia estimulada pelo mercado e pela informação.
O sujeito que vive na pós-modernidade enfraqueceu-se, não tem mais as características do sujeito cartesiano, forte, determinado, confiante na razão. Ele entra na era das emoções, pois a racionalidade não garantiu a promessa de progresso. Ao invés disso, o projeto acolhe a irracionalidade, a loucura e a exacerbação da subjetividade.
Procurando compreender a pós-modernidade e suas implicações no sujeito, o presente trabalho trouxe à reflexão