A formação da europa
É difícil dividir as áreas geográficas e humanas do continente europeu a partir das características físicas ou raciais de sua população, resultante de intensa e prolongada miscigenação. Os modos de vida, as línguas e os modelos sociais e políticos são indicadores mais expressivos das peculiaridades dos povos europeus.
A estrutura etnocultural da Europa, apesar de sua diversidade, revela uma uniformidade de conjunto superior à de qualquer outra parte do mundo. Em nenhum dos outros continentes houve uma homogeneização racial como a caucasóide, um predomínio lingüístico semelhante ao da família indo-européia, um ordenamento religioso e moral como o do cristianismo, uma defesa quase unânime de valores comuns como as cruzadas e as guerras contra os árabes e os tártaros, um sentimento intelectual tão fortemente partilhado quanto a latinidade e ainda, nas bases históricas, uma evolução social e econômica tão uniforme como a que se verificou desde a implantação do feudalismo até o triunfo do capitalismo.
Nesse sentido, pode-se dizer que a história da Europa e dos povos que a protagonizaram é a doassentamento indo-europeu. Somente em cinco ocasiões a população indo-européia se viu diante da possibilidade de conviver com povos de outra ascendência. A primeira foi com os cartagineses, povo semita que habitava o norte da África e disputou com Roma a hegemonia do mundo mediterrâneo nos séculos III e II a.C. No ano 451 da era cristã, as hordas dos hunos, comandadas por Átila, foram também vencidas pelos exércitos romanos, unidos aos visigodos, na batalha dos Campos Catalaunienses, na Champagne.
Os árabes, que no ano 711 iniciaram a invasão da Europa pela península ibérica, em 732 foram detidos por Carlos Martel em Poitiers. Outra oportunidade foi a da penetração dos mongóis, que no século XIII chegaram até a Silésia, no oeste, e até Trieste, no sul, e deixaram marcas profundas na Europa oriental. Por fim, nos séculos XVI