A formação da classe operária inglesa
Os autores abordam sobre momentos diferentes da formação da classe operária, e a teoria de um não diverge completamente da teoria do outro. Há pontos convergentes como, por exemplo, a emergência da classe trabalhadora no início do século XIX, afirmada por Thompson e confirmada por Hobsbawm. Uma das discordâncias dos autores é que para Hobsbawm, há uma falta de continuidade do cartismo e do pós cartismo. Portanto, a classe que se desenvolveria depois não seria a mesma da época anterior. A continuidade do movimento operário só se daria de forma continuada bem depois do cartismo.
Quanto ao período de desenvolvimento da classe operária, também há divergências. Para Thompson esse desenvolvimento se daria entre 1780 a 1832 e esse seria a fator mais significativo da vida política britânica. Thompson atesta que a consciência de classe, a teoria sindical e socialista, as lutas, a organização política e industrial já atestava essa formação da classe. A luta pelos interesses de determinado grupo, um coletivo, contra as ações de outros grupos contrários a esses trabalhadores já indicava uma luta de classes. Para Hobsbawm o grande salto da consolidação da classe operária seria a partir de 1880 e atesta que vários fatores podem comprovar isso, como a mudança na habitação, na cultura, lazer, nos salários, no próprio aumento significativo da classe operária, nas grandes concentrações industriais, a adoção de um sinal que os identificasse imediatamente como membros de uma classe – o boné –, a consciência de classe, com a inserção desses operários na vida política, na segregação social dos operários, entre outros. Portanto, para Hobsbawm, a classe operária não estará feita até muito depois do término do livro de Thompson.
Para Thompson o que define o ser ou não da classe são os seus ideais, a forma como se unem para lutar por determinada mudança no seu modo de trabalho. Para Hobsbawm não basta a classe se ver