A forma o do professor de arte ou Arte Educador
A década de 70 do século XX presenciou diversas reformas no campo educacional. Freitas (2007) destaca que estas reformas, estabelecidas nos diversos países da América Latina, repercutiram no Brasil de forma mais contundente a partir da década de 90, quando um conjunto de normas e ações foram implementadas com o intuito de adequar o sistema educacional às mudanças ocorridas no mundo do trabalho. Na especificidade do ensino de arte, o marco regulador foi a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1971 (LDB n. 5692/71) que instituiu a entrada oficial do ensino de arte na educação brasileira “com o advento da Educação Artística para o ensino de 1º e 2º graus e do curso de licenciatura em Educação Artística para o ensino superior” (BARBOSA, 2009, p. 89) a fim de formar o professor polivalente e apto a ensinar diferentes linguagens artísticas – artes plásticas, música, teatro e dança – em suas aulas. Pimentel (2010, p. 179) ressalta que este senso comum de que arte é uma área de formação polivalente evidencia um posicionamento intencional do regime militar (1964-1985) com a finalidade de minimizar o potencial de pensamento crítico e de expressão dos indivíduos.
Mesmo com a aprovação da nova Lei nº 9394 de 1996 que insere no Art. 26,
§2°, a arte como “componente obrigatório nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”, permanece a indefinição e ambiguidade do que ensinar, uma vez que a expressão “ensino da arte” é imprecisa e suscetível a interpretações (PENNA, 2007). Esta ambiguidade e indefinição propiciam a manutenção da polivalência e de ações