A forma da cidade de origem portuguesa
Paulo: editora Unesp; imprensa oficial do Estado de São Paulo, 2012. p. 134155.
A cidade de Salvador é um dos melhores exemplos da síntese de diferentes modelos que distingue o urbanismo português. Salvador constitui um paradigma da afirmação do urbanismo regular português e da adaptação dos traçados urbanos regulares à estrutura física do território.
Seu traçado apresenta afinidades morfológicas com outros traçados urbanos portugueses contemporâneos, como a cidade de Angra nos Açores e Bairro
Alto em Lisboa. Ambas se inserem no movimento de renovação urbanística iniciado em Portugal, que foi a reforma e expansão das cidades existentes ou a fundação de novos núcleos urbanos.
Em Angra foi um plano de expansão para uma parte significativa da cidade, que iria tornar sua zona central, definindo uma hierarquia de espaços públicos.
No Bairro Alto em Lisboa foi a construção de uma nova expansão da cidade, construída fora dos limites das grandes muralhas.
Em ambas as cidades as novas urbanizações adotaram malhas urbanas regulares, de base ortogonal. Embora em Angra se tratasse de uma iniciativa real e no Bairro Alto de uma iniciativa privada, em ambos os casos foi adotada essa estrutura porque era a forma mais lógica de urbanizar um território, facilitando as divisões do solo, aforamento, estabelecimento de infraestrutura e de construção.
A construção de Salvador corresponde a uma nova fase do processo de colonização do Brasil, centralizado pela Coroa. Luís Dias, mestre de obras da fortaleza da cidade de Salvador teve a incumbência de fundar a capital da colônia e sede do Governo Geral, com as diretivas para a localização e estrutura da nova cidade. Nesses diretivas há ecos dos preceitos de Vitrúvios relativos à fundação de cidades.
De acordo com as características das cidades portuguesas marítimas o sítio escolhido para a