A FILOSOFIA POLÍTICA EM UM ENTENDIMENTO COM V DE VINGANÇA
Edmar Alves da Silva Filho²
Introdução
Quando filósofos como Platão, Aristóteles e Santo Agostinho estabeleceram suas ideias sobre o significado e o poder do que estes definiriam como pólis, os dois primeiros, e posteriormente estado, o último, com certeza não tinham em mente as falhas em seus pensamentos, que viriam a ser manifestadas séculos depois através de críticas políticas e sociais descritas por letras de músicas contemporâneas embaladas pelo instrumental agressivo do punk rock, surgido na década de 70 em territórios britânico e americano, respectivamente liderado por Sex Pistols, The Clash e Ramones. Que diriam então de canções clássicas imortalizadas pela MPB no Brasil, censurados em período de ditadura militar, como Cálice de Chico Buarque e Que País É Esse da banda Legião Urbana, escritas entre meados das décadas de 60 e 80.
É provável que alguns já se antecipassem a falhas no seu modelo filosófico e teórico de governo, como Platão, que estabelecia conforme dito por Koyré (1988, p. 70) que “para que a vida humana, uma vida digna de ser vivida, seja possível, é preciso que os filósofos se tornem reis, ou os reis se tornem filósofos”. Uma vez que, segundo Platão, o erro está na incapacidade de maus soberanos. Os modelos de governo estabelecido pelos teóricos seriam ditos como perfeitos, de modo que a manutenção de sua complexidade só poderia ser feito com a própria evolução do pensamento filosófico em anos e séculos posteriores, como Aristóteles, que defende a finalidade da política como o alcance do bem comum aos cidadãos e não a preservação da cidade (ARISTÓTELES, 1988), contrário à posição de Platão de quem fora anteriormente discípulo.
Mesmo os não dotados para a filosofia platônica para exercer o ato de governar, os que não se perpetuam no poder pelo bem de todos de modo aristotélico, e que não submetem a capacidade de administrar um estado aos valores defendidos pela moral