A Filosofia Medieval
Alguns religiosos desprezavam a filosofia grega, sobretudo porque viam nessa forma de pensamento uma porta aberta para o surgimento de doutrinas contrárias as estabelecidas pela Igreja, em termos de fé, as chamadas heresias. Por outro lado, havia muitos pensadores cristãos que defendiam o conhecimento da filosofia grega, como possibilidade de instrumento a serviço do cristianismo. Conciliado com a fé cristã, o estudo da filosofia grega permitiria à Igreja enfrentar os descrentes e derrotar os hereges com as armas racionais da argumentação lógica. O objetivo era convencer os descrentes, tanto quanto possível, pela razão, para depois fazê-los aceitar a imensidão dos mistérios divinos, somente acessíveis à fé (COTRIM, 2002: 116).
Segundo Gilberto Cotrim, podemos dividir em quatro períodos a Filosofia Medieval.
- Padres Apostólicos
Os apóstolos seguidores de Jesus Cristo.
· Padres Apologistas
Faziam a defesa do cristianismo contra a filosofia pagã.
· Patrística
Buscavam uma conciliação entre razão e fé. Destaca-se Santo Agostinho e a filosofia Platônica.
· Escolástica
Sistematização da filosofia Cristã, Interpretação do filósofo Aristósteles, com destaque para a figura de Sto. Tomás de Aquino.
Principais representantes da Filosofia Medieval
1) SANTO AGOSTINHO
Santo Agostinho (354-430), influenciado por Platão, é o pensador que mais se destaca nesse período.
Deixou formulado indicando o caminho para a sua solução - o problema das relações entre a Razão e Fé, que será o problema fundamental da escolástica medieval. Ao mesmo tempo demonstra claramente sua vocação filosófica na medida em que, ao lado da fé na revelação, deseja ardentemente penetrar e compreender com a razão o conteúdo da mesma. Entretanto, defronta-se com um primeiro obstáculo no caminho da verdade: a dúvida cética, largamente explorada pelos acadêmicos. Como a superação dessa dúvida é condição fundamental para o estabelecimento de bases