A festa e a organização social do rei do congo

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A Festa e a Organização Social do Rei do Congo “Que outra manifestação senão a festa seria capaz de congregar tantos elementos, incorporar significados diversos e dar vazão a necessidades múltiplas?”[i]

O questionamento acima, feito por Marina Mello e Souza, apresenta-nos uma reflexão sobre a importância das festas. Tal expressão popular registra de modo singular os anseios, as trocas culturais, os costumes e o imaginário de um povo, grupo social, e, ou de uma sociedade. Dentro destes conformes, temos a Festa de coroação do rei do Congo, um festejo de caráter mestiço e barroco que ocorria nas vilas açucareiras portuguesas durante os séculos XVII, XVIII, e XIX. É, pois, através do estudo da dita festividade, que buscaremos compreender um pouco mais das relações sociais que se estabeleciam dentro das cidades do açúcar, assim como a utilização do espaço urbano para realização destas celebrações. Finalmente, buscaremos entender este mesmo espaço enquanto palco do processo de mescla cultural, observada dentro das colônias portuguesas. Contudo, para entender melhor as particularidades da festa de coroação do rei do Congo, em Pernambuco, e sua influência sobre a sociedade canavieira, precisamos, antes de tudo, refletir sobre algumas questões que estavam atreladas ao contexto histórico do festejo e sociedade supracitados. Após o fim dos embates contra os neerlandeses, vimos surgir na colônia um novo momento. Este período, que tem início na segunda metade do século XVII, caracteriza-se pelo estabelecimento da estrutura burocrática portuguesa na capitania de Pernambuco. Aqui, vamos observar uma mudança no controle da referida capitania, que outrora era administrada por donatários, particulares que dirigiam as colônias, e agora passava a participar efetivamente da vida política da metrópole. Esta repentina separação fez surgir uma pretensa mentalidade de independência nos senhores de engenho, em relação ao governo oficial, o que acarretou

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