A fenomenologia e as abordagens sistêmicas nos estudos sócio-antropológicos da doença: breve revisão crítica
A fenomenologia e as abordagens sistêmicas nos estudos sócio-antropológicos da doença: breve revisão crítica
Phenomenology and systemic approaches in socio-anthropological studies of illness: a brief critical review
Paulo César Alves
1
Abstract
1 Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas,
Universidade Federal da
Bahia, Salvador, Brasil.
Correspondência
P. C. Alves
Departamento de Sociologia,
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas,
Universidade Federal da Bahia.
Estrada de São Lázaro 197,
Salvador, BA
40210-730, Brasil. paulo.c.alves@uol.com.br Introdução
This paper aims to identify the ways by which the principal frames of reference in the social sciences explain the structure of social actors’ knowledge, practices, values, and behaviors regarding health care. The article begins by examining some of the assumptions underlying studies produced within what are called systemic theories. It then proceeds to discuss phenomenological approaches to the health and illness experience. The goal is to clarify how these approaches focus on experience and depart from prevailing systemic models.
Atualmente uma das principais preocupações nos estudos sócio-antropológicos sobre saúde refere-se às pesquisas relacionadas à “experiência da doença”. Emergidas no início da década de 1980 e inicialmente voltadas para a interpretação de doenças crônicas, essas pesquisas passaram a ocupar, nos últimos anos, quase todas as áreas de interesse das ciências sociais em saúde. De uma maneira geral, são trabalhos substancializados pela abordagem fenomenológica-hermenêutica e que expressam uma preocupação em compreender e problematizar como os indivíduos vivenciam uma
“experiência de sentir-se mal” e como atribuem significações a esta experiência. Esses estudos apresentam um conjunto de características teórico-metodológicas específicas que contrasta com os principais quadros de referência paradigmáticos que dominaram a